O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu suspender o uso de aeronaves militares para a deportação de migrantes em situação irregular para a baía de Guantánamo, em Cuba, e outros países, conforme informações divulgadas por autoridades de Defesa ao Wall Street Journal. Essa medida fazia parte da estratégia de repressão à imigração irregular, uma das prioridades do segundo mandato de Trump. No entanto, foi considerada cara e ineficiente por fontes próximas ao governo.

De acordo com o WSJ, o último voo militar de deportação ocorreu no último sábado (1º), e o Pentágono informou que não havia outros voos programados nas 48 horas seguintes. A suspensão pode ser temporária ou se tornar definitiva, segundo as autoridades. Um voo que estava previsto para esta quinta-feira (7) também foi cancelado.

Durante seu mandato, o governo Trump realizou aproximadamente 30 voos de deportação utilizando aeronaves C-17 e cerca de uma dúzia em C-130. Os destinos incluíram Índia, Guatemala, Equador, Peru, Honduras, Panamá e a base de Guantánamo.

Os custos associados a esses voos são elevados. Segundo cálculos do Wall Street Journal, um voo padrão da ICE (Imigração e Controle de Alfândega dos EUA) custa em média US$ 8.500 (R$ 48,8 mil) por hora no ar. No entanto, ex-funcionários da agência afirmaram que o custo real para voos internacionais pode chegar a US$ 17 mil (R$ 97,7 mil) por hora.

A aeronave C-17, projetada para transporte de cargas pesadas e tropas, custa US$ 28.500 (R$ 163,8 mil) por hora de voo. Três voos militares de deportação para a Índia custaram cerca de US$ 3 milhões (R$ 17 milhões) cada. Alguns voos levaram apenas uma dúzia de pessoas para Guantánamo a um custo estimado em pelo menos US$ 20 mil (R$ 114 mil) por migrante.

Além dos altos custos operacionais, os C-17 enfrentam restrições no espaço aéreo do México, o que pode prolongar os voos rumo à América Central e do Sul. O governo mexicano e outros países da América Latina têm proibido pousos de voos militares dos EUA, optando por enviar suas próprias aeronaves ou organizar o retorno dos deportados através de voos comerciais.