UM NOVO IMPULSO AO PT Redação 30 de janeiro de 2025 Artigo, Notícias Ser inquieto é a maior e melhor caracterização da militância petista. Ela preza pelos princípios fundantes do Partido, mas também é pragmática quando, na sua compreensão, é o caminho da sobrevivência política.Depois de 18 anos governando a Bahia, há um sentimento que incomoda: que há uma certa diluição na condição de ser petista e de ser governo. O Governo é de coalização com o Centro e o Partido é de esquerda, democrático sim, mas de esquerda.Tem que saber dizer sim, mas também dizer “peraê, assim não dá!”Ou seja, a sintonia fina com o Governo não pode eliminar a opinião do Partido nem a sua autonomia. Como o Partido não pode perder a ” régua e o compasso” de quem tem o protagonismo político e constrói com os demais partidos a estratégia e os movimentos táticos de quem governa e quer seguir governando a Bahia.O PT tem que fortalecer as suas instâncias dirigentes e evitar ser uma extensão dos seus mandatos parlamentares ou executivos. Ter capilaridade espacial e vida política nos municípios, territórios e regiões com a sua dinâmica própria e com a responsabilidade de quem lidera o Governo e, logicamente, zela pela unidade da coalizão.Mas é óbvio que as alianças são diferenciadas; ou seja, umas políticas de visão idêntica da conjuntura e de projeto democrático, e outras pragmáticas e eventuais, simplesmente pelo fato de sermos governo com estabilidade: “hay gobierno… soy a favor.” Saber conviver nesse quadro complexo e não perder a identidade e nem a sintonia com o governo, mas estar vivo e presente na sociedade e nas suas lutas e demandas, mesmo as corporativas, pois é a luta social que sustenta e faz avançar o governo, principalmente os de esquerda.A aliança correta de centro-esquerda que fizemos na Bahia, que ao longo de duas décadas foi retaguarda estratégica para a vitória do nosso projeto nacional, deve ser preservada, mas tem que encarnar um projeto de transformação da Bahia para os próximos 20 a 30 anos a partir das intervenções de conteúdo estratégico que fizemos nos 4 governos que já tivemos, somado ao atual de Jerônimo Rodrigues.Temos que manter vivo na sociedade baiana o sentimento de transformação política democrática e a esperança de conquista de direitos, mais oportunidades e igualdade social. O PT e a esquerda não podem abrir mão da agenda do avanço da transformação política e do desenvolvimento sustentável e inclusivo para o povo baiano.Ou seja, revolucionar por dentro o projeto de transformação democrática iniciado por Wagner e que hoje está maduro para dar saltos qualitativos na parceria com o Presidente Lula. O PED deve ser o momento de aperfeiçoarmos esta política de afirmação do papel dirigente do PT, e de redinamizar a vida política interna do Partido, energizar a nossa militância, nosso maior patrimônio político, e avançar na direção de mais conquistas políticas, acendendo a chama da esperança, mobilizando o Estado contra o retrocesso e garantindo a continuidade do processo de mudança com a integridade da nossa coalizão de Governo, de modo a garantir a reeleição de Jerônimo, a vitória de Lula, a nossa presença no Senado e a ampliação das nossas bancadas parlamentares, estadual e federal.Portanto, é um desafio enorme que requer a dinamização da vida partidária, o fortalecimento das suas instâncias, o diálogo e a energização da militância acima de tudo, a afirmação do papel dirigente do PT e seu protagonismo político no Estado.Jonas PauloPT Bahia