Na última segunda-feira (20), o Governo Federal apresentou os resultados das ações realizadas na região Yanomami, marcando dois anos da declaração de emergência em saúde pública. O Ministério dos Povos Indígenas revelou que as mortes por desnutrição entre os Yanomami caíram 68% no primeiro semestre de 2024, em comparação a 2023.

A declaração de emergência em saúde pública, que aconteceu há dois anos, mobilizou 33 órgãos sob a coordenação do Ministério da Casa Civil para implementar ações contra o garimpo ilegal e oferecer assistência aos indígenas. O ministério detalhou um plano de trabalho com 117 ações estratégicas, divididas em cinco eixos:

  1. Desintrusão e combate a organizações criminosas
  2. Vigilância e assistência em saúde
  3. Segurança e soberania alimentares
  4. Monitoramento e recuperação ambiental
  5. Acesso à cidadania e desenvolvimento social

Uma das iniciativas significativas foi a abertura da Casa de Governo em Boa Vista (RR), que visa acompanhar de perto as atividades na Terra Yanomami. Nilton Tubino, diretor da Casa, destacou que essa instalação representa uma nova fase no trabalho federal para retirar invasores da terra indígena.

Desde 2023, mais de 114 mil cestas de alimentos foram entregues aos indígenas, além da criação de três Centros de Recuperação Nutricional. O ministério atribui a redução das mortes por desnutrição à ampliação da cobertura de vigilância nutricional para crianças menores de cinco anos.

Além disso, houve uma significativa queda nas mortes por infecções respiratórias (53%) e malária (35%). O número de vacinas aplicadas no território Yanomami aumentou em 58%, com a reabertura de sete Polos Base de Saúde e a construção de seis Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSI), totalizando 40 UBSI’s e 77 estabelecimentos de saúde ativos.

O MPI planeja concluir, no primeiro semestre de 2025, as obras da Unidade de Retaguarda Hospitalar para os Povos Indígenas em Boa Vista, que contará com 75 leitos exclusivos para indígenas.

Tubino explicou que a estratégia adotada é composta por duas frentes: o combate às estruturas do garimpo dentro do território indígena e o cerco às atividades ilegais fora dele, visando desmantelar o apoio logístico necessário para essas operações.

Até o momento, foram realizadas 3.536 operações de desintrusão, resultando na inutilização de 420 acampamentos. As forças federais destruíram 103 embarcações e 26 aeronaves, além de apreenderem 38,8 kg de ouro e 226 kg de mercúrio. Aproximadamente 129 mil litros de combustíveis utilizados ilegalmente foram inutilizados, juntamente com a apreensão de 91 armas e 1.624 munições.

O governo estima um prejuízo total ao garimpo ilegal em R$267 milhões. A ministra Sônia Guajajara afirmou: “O fortalecimento da presença do Estado é uma prova de que estamos construindo um novo caminho para a autonomia e a dignidade dos povos da região, respeitando seus modos de vida e preservando seu território.”

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