Não se consolidará o nosso projeto de mudança profunda no Estado sem o PT forte, influente , enraizado, e com seus aliados também fortalecidos.

Vivenciamos esse processo de crescimento em 2008 e 2012, quando o PT foi o maior partido da coalizão que governa a Bahia e todos os partidos aliados também cresceram. No período, superamos uma grande crise, quando saíram da base de apoio estadual três grandes partidos e chegamos a ficar com a maioria de apenas um deputado na Assembleia Legislativa.

Mantivemos o viés de crescimento tanto em prefeituras como em bancadas parlamentares nos três níveis e até no Senado Federal. A compreensão da dimensão da estratégia, vinculando o processo estadual ao nacional, somada à habilidade e generosidade na construção e condução das alianças, com um Conselho Político empoderado e com o protagonismo do PT e com a esquerda tendo centralidade, fez com que toda a base crescesse e superasse a crise, saindo mais forte, fazendo a sucessão estadual no primeiro turno e ampliando a margem da vitória presidencial no Estado. Dois fatores foram fundamentais para esse avanço: Método e Escolha de Prioridades. E somado a isso, uma sintonia perfeita na execução dos projetos e programas federais e estaduais. E outros dois elementos contribuíram para a consolidação do processo: a presença viva dos partidos e a cumplicidade com os movimentos sociais e sindicais.
O Governo Democrático e sua governabilidade não podem se restringir à lógica do Parlamento e ao diálogo pragmático com os parlamentares e prefeitos. O Governismo por si só e a dinâmica de “entregas” entre entes Institucionais de Governo são importantes, mas não criam processos de transformação social e institucional, e muito menos consciência democrática e de cidadania na sociedade.

Não há Democracia sem Partidos vivos e sem a participação e empoderamento da sociedade civil; ainda mais nos dias de hoje com a comunicação direta e instantânea que dá primazia ao individual. Por isso, temos que enfatizar a questão dos ideais e valores democráticos e da cidadania, uma consciência empresarial atrelada à noção do Estado Indutor e parceiro nos investimentos para uma estratégia de desenvolvimento planejado, sustentável e inclusivo, como eixos com centralidade política na disputa contra a direita. Nossa luta contra o avanço da extrema direita e em defesa da democracia não pode perder a condição de disputa de projeto de desenvolvimento e de ideais e valores humanísticos. E nessa disputa, e na atual correlação de forças no País e sua repercussão na Bahia, nosso Governo tem sim, papel fundamental, e até preponderante, mas os Partidos Políticos Democráticos não podem se resumir a legendas de interesse parlamentar imediatistas e pragmáticas, devem ter PROTAGONISMO político e ser ativos com os movimentos sociais, com toda a sua natureza diversa, e os movimentos dos trabalhadores e sindicatos e suas centrais para garantir a luta pelos direitos. E sem dúvidas, estas eleições municipais serão um momento e um palco para afirmar a mobilização social, ocupando ruas, praças e comunidades rurais, a propagação das pautas democráticas, a força transformadora dos projetos e programas, e a afirmação dos Partidos Democráticos e de Esquerda. O PT tem que liderar essa caminhada e crescer ainda mais sua influência no Governo e na sociedade.

Jonas Paulo Ex-Presidente PT Bahia.

Sobre o autor

Matérias relacionadas