O Ministério Público Federal denunciou dois homens por ataques a um Centro Cultural do Candomblé Castelo Alto do Xangô e à Sociedade Floresta Sagrada Alto do Xangô, em Brumado. Entre os suspeitos, está um Policial Militar.

Os dois são acusados de invadir e vandalizar áreas sagradas para praticantes de religiões de matriz africana. Além de ameaçar, ofender os grupos e roubar objetos para revender. Além de destelhar a casa, visando impedir o culto do grupo religioso.

De acordo com a denúncia do MPF, em 2022 a dupla invadiu o Centro Cultural utilizando tratores e caçambas. Nesta ocasião, eles destruíram áreas de mata, emitiram ofensas racistas, derrubaram a torre de internet, vandalizaram objetos e ameaçaram envenenar a caixa d’água do templo.

Ainda segundo o MPF, mesmo estando à paisana o PM é muito conhecido pela população da região, O oficial estava armado e agia como um segurança do parceiro durante o crime.  Desta forma, segundo a denúncia, ele se valeu da sua posição para conseguir objetivos ilícitos, “abusou das prerrogativas, das facilidades e do respeito do cargo para blindar o outro agressor de qualquer reação das vítimas e atemorizá-las”.

Desde que foi comprada pela União em 1927, a Fazenda Santa Inês vem sendo alvo de invasões e ocupações. “Nesse cenário, o Alto do Xangô se destaca justamente por ser uma das poucas ocupantes que não exerce a posse de forma clandestina, precária e sem justo título”, informa o MPF.