O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, criticou nesta terça-feira (4) a incidência de encargos tributários “no lombo do trabalhador”. Ele deu a declaração ao defender a medida provisória (MP) para compensar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios com até 156 mil habitantes, enviada hoje ao Congresso.

“O governo tem de fazer algumas opções, alguém tem de pagar a conta. É o que o ministro Fernando Haddad disse no Congresso Nacional. Historicamente, o encargo sempre ficou no lombo do trabalhador, no lombo do consumidor final. Nós estamos procurando, na medida das nossas capacidades, mudar isso. Estamos tentando tributar aqueles que não pagam tributo no Brasil, aqueles que se valem de brechas, que se valem de jabutis incluídos ao longo dos anos para pagar menos tributos”, afirmou.

Segundo Barreirinhas, é “evidente” que alguns setores vão reclamar da solução encontrada pelo governo federal, mas defendeu: “Nos parece mais justo do que tributar os de sempre, tributar o trabalhador, tributar o consumidor que vai lá no mercado”.

Ele avaliou que estão sendo chamados aqueles que têm uma carga tributária “baixíssima e até negativa”, via recebimento de subvenções. “Nos parece que a nossa saída é justa e vai nesse sentido da diretriz dada pelo ministro Fernando Haddad de buscar tornar nosso sistema tributário menos injusto”, prosseguiu.

E completou: “É uma tarefa difícil, é uma tarefa complicada, mas me parece que esse aqui é um passo importante nesse sentido. E nós vamos para o debate agora no Congresso Nacional, mostrar os números, detalhar os números, para defender a nossa posição”.