O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (15), uma série de medidas excepcionais para tentar evitar o desabastecimento de insulina no Brasil. Há meses pacientes e médicos estão denunciando as dificuldades de encontrar o medicamento de ação rápida essencial nos estoques da rede pública.

Atualmente, 67 mil pessoas dependem da distribuição desse medicamento no país. No fim de março, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) já havia apontado risco de desabastecimento a partir deste mês.

Para evitar que os pacientes fiquem sem a medicação, o Ministério da Saúde anunciou a compra de uma versão do medicamento que não tem registro na Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um acordo com a empresa GlobalX, da China, prevê a entrega de 1,3 milhão de unidades de insulina asparte, a de ação rápida. A entrega, porém, deve começar a ser feita apenas em 9 de julho.

A compra foi feita, segundo a pasta, por que os laboratórios já credenciados pela Anvisa não fizeram ofertas nas licitações abertas em agosto de 2022 e em janeiro deste ano. Um relatório do TCU aponta que os fabricantes que já forneciam ao governo chegaram a pedir um preço 2,4 vezes mais caro que o da GlobalX.

Segundo o governo, a insulina produzida pela GlobalX respeita regulamentações internacionais do ICH (International Council for Harmonisation) e, portanto, é segura.

Até que cheguem as primeiras doses do medicamento porém, os pacientes enfrentarão quase dois meses de risco de falta da insulina. Para driblar isso, o Ministério da Saúde organizou em sua segunda medida emergencial um remanejamento de estoques entre os Estados até o início de junho.

A insulina rápida é aplicada diretamente na pele do paciente com uma caneta injetora antes ou depois das refeições. Ela é fundamental para manter a saúde controlada dos diabéticos, pois deve ser aplicada sempre que há um episódio de glicemia, agindo em menos de 15 minutos e fazendo com que o açúcar no sangue volte aos níveis adequados.