Um total de 212 trabalhadores que prestavam serviços a usinas de álcool e produtores de cana de açúcar foram resgatados em condições análogas à escravidão nesta sexta-feira (17). Os trabalhadores atuavam nos municípios Itumbiara, Edéia e Cachoeira Dourada, no sul de Goiás, e até na cidade de Araporã, em Minas Gerais. O resgate aconteceu nesta sexta-feira, durante uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que durou três dias.

“Achei que iam pagar as contas para nós, mas chegou aqui eles viraram as costas e não fizeram mais nada”, disse um dos trabalhadores resgatados, de 35 anos.

Durante os três dias de operação, os trabalhadores foram encontrados em diferentes locais, como nas lavouras em que atuavam e nos alojamentos. Segundo a pasta, a maioria dos trabalhadores resgatados veio do Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. À repórter Letícia Brito, da TV Anhanguera, o auditor-fiscal do trabalho Roberto Mendes explicou que esses trabalhadores foram “arregimentados de forma regular” no nordeste do país, mas transportados de forma clandestina a Goiás.

À TV Anhanguera, a empresa SS, responsável pela contratação dos trabalhadores, disse que todos os fatos serão esclarecidos ao longo do processo.

Uma das empresas em que esses trabalhadores atuavam de forma “terceirizada”, a usina BP Bunge Bioenergia, disse à TV Anhanguera que tomou conhecimento da situação irregular em Edéia recentemente, que repudia e não compactua com situações que exponham o trabalhador a condições degradantes.

De acordo com o Ministério do Trabalho, entre as muitas irregularidades encontradas pela fiscalização, havia a cobrança pelos aluguéis dos barracos usados como alojamentos, o não fornecimento de alimentação e cobrança pelo fornecimento de ferramentas de trabalho pelos empregadores