No feriado de 7 de setembro, dirigentes sindicais, representes dos movimentos populares e lideranças de partidos políticos, participaram do ato pelo Fora Bolsonaro e 27º Grito dos Excluídos e Excluídas no estado.

A presença maciça da população na atividade que foi iniciada a partir das 10h da manhã, evidenciou a crescente insatisfação da população com o Governo Federal.

Ao longo de todo o trajeto, realizado do Campo Grande até Praça Castro, manifestantes proferiram palavras de ordem contra inúmeros projetos de lei que tramitam no Congresso e que servem de retrocessos sociais.

Mais de 15 mil pessoas compareceram às ruas na capital baiana. Um número expressivo e que deve crescer ainda mais nos próximos atos, com a pressão da população ao Congresso para dar entrada num dos mais de 120 pedidos de impeachment do presidente Bolsonaro.

Durante o protesto, manifestantes fizeram um alerta à população sobre os riscos da Reforma Administrativa, (PEC 32). Se aprovada, irá contribuir para o desmonte dos serviços públicos e impactar de forma significativa a vida do povo brasileiro.

Trabalhadores em Correios, protestavam pelo fortalecimento das empresas públicas e contra a tentativa de privatização da mais antiga empresa pública do país e que tem obtido lucros, conforme constam informações nos relatórios administrativos da empresa. Trabalhadores negam que a empresa “gere prejuízos”, conforme justificativas para embasar a tese da privatização.

De acordo com o sentimento dos manifestantes que saíram às ruas em pleno feriado, o atual cenário político e econômico é reflexo da má gestão do governo Bolsonaro e todos aqueles que continuam apoiando sua gestão.

Para o Padre José Carlos, o ato deste ano foi um dos maiores atos em prol da democracia, em prol da liberdade , em prol das causas populares. Um momento de expressar toda a indignação da população em decorrência das quase 600 mil mortes no Brasil por conta da COVID 19 e uma oportunidade de barrar a onda de privatizações. “ O Grito dos Excluídos é um momento importante para chamar a consciência do povo para tudo que está acontecendo no nosso país. Nós, como igreja, não aceitamos um governo que só pensa em favorecer os ricos e desfavorecer os pobres; causando fome e dezenas de outras mazelas na sociedade. É preciso mais respeito e dignidade a pessoa humana independente de religião “, afirmou.

Dados de pesquisas recentes revelam que a situação da fome no país era algo que estava a beira de ser erradicado por conta de políticas públicas que garantiam o alimento diário na mesa do brasileiro. Mas, no atual governo a situação se agravou e a agenda neoliberal instaurada no país tem atendido apenas aos interesses das grandes empresas privadas.

Com o aumento dos produtos, a população tem recorrido a soluções que já não fazia parte da rotina, como é o caso no uso de fogão a lenha. O preço do botijão de gás, feijão, arroz, açúcar, óleo de cozinha, gasolina (combustível), dentre outros itens, tem impactado no orçamento das famílias e consequentemente tendo que decidir o que levar na fila do supermercado.

Diante desse cenário devastador, a Central Única dos Trabalhadores da Bahia, cumpriu o papel de unificar os sindicatos, mobilizar as bases e alertar a população durante as semanas que antecederam o ato do dia 07 de Setembro através de ações de panfletagem e pequenos atos em toda a cidade.
O ato no feriado foi o fechamento do ciclo desse trabalho de conscientização da população em um dia tão simbólico: “ A rua sempre foi o nosso palco de luta e resistência para preservar direitos e ampliar conquistas. Na medida em que os atos são realizados, nossa tarefa é intensificar a participação da classe trabalhadora nessas agendas”, afirmou Marcia Novaes, Secretaria de Cultura – CUT-BA.

Com os constantes ataques ao STF, Supremo Tribunal Federal, vindos do governo Bolsonaro, defender a democracia é essencial para manutenção da ordem política no país. Além da crise sanitária causada pela COVID-19, esses ataques afetem diretamente o que temos de mais importante para o pleno exercício das manifestações democráticas e populares.” Esses ataques antidemocráticos, beira um cenário de tentativa de golpe e não vamos ceder. A classe trabalhadora precisa estar vigilante do risco que temos ao manter esse governo no país. Continuaremos em luta”, conclui Leonardo Urpia, vice-presidente da CUT-BA.

De acordo com a presidenta da Central Única dos Trabalhadores, ninguém aguenta mais o governo Bolsonaro e a população precisar buscar caminhos de reagir a tanto descaso. “ O que nos move a continuar nas ruas é saber que tem muita gente sofrendo com esse governo e precisamos dar um basta. Resistiremos junto com os companheiros e companheiras, do campo e da cidade, para fazer o enfrentamento necessário”, sinaliza Leninha, presidenta da CUT-BA.

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