Com a missão de manter o grupo político unido e no poder, o senador Jaques Wagner (PT) tentará repetir em 2022 um feito conquistado por apenas dois governadores na história da política baiana – retornar ao comando do Executivo baiano pelo voto popular. Em quase um século e meio de República, somente J.J Seabra e Paulo Souto foram eleitos diretamente, e conseguiram voltar ao governo da Bahia também com apoio do povo, segundo levantamento feito pelo jornal Tribuna da Bahia.

 

Eleito pela primeira vez para governador em 1912, J.J Seabra, ao encerrar o mandato, quatro anos depois, elegeu o sucessor Antônio Moniz. Contam as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling que a “única função” de Antônio Moniz “diziam à boca pequena, em Salvador, era guardar o lugar para (Seabra) voltar, na eleição seguinte, ao Palacete das Mercês”. “E foi exatamente o que aconteceu, em 1919. Seabra se lançou candidato ao governo estadual e derrotou, na disputa, o juiz Paulo Fontes, apoiado por Rui Barbosa”, escreveram elas.

 

Seabra retornaria ao poder, em um ambiente político conturbado, e sua vitória foi contestada por jornais e opositores na época. Oitenta anos depois, Paulo Souto repetiria o feito de Seabra. Eleito governador pela primeira vez em 1994, com apoio de ACM, Souto voltou ao Palácio de Ondina em 2002 – a nova moradora dos chefes baianos. Ele venceria o petista Jaques Wagner. Souto quis ainda ser administrador estadual em 2006, 2010 e 2014, mas fracassou nos pleitos.

 

“Os governadores tentam voltar porque ambiciona o poder, o controle do Estado e o legado histórico que vão deixar”, explicou o professor de História, Vinicius Jacob, à Tribuna.

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