Na última sexta-feira (17), a Polícia Federal (PF) ouviu a chefe de gabinete do presidente Michel Temer no âmbito do inquérito da Odebrecht, que apura uma negociação de R$ 10 milhões da empreiteira para o MDB em 2014, discutido durante um jantar no Palácio do Jaburu. De acordo com a jornalista Andréia Sadi, do G1, a PF quis saber de Nara de Deus a respeito do jantar no Jaburu entre executivos da Odebrecht, Temer, então vice-presidente, e Eliseu Padilha, atualmente ministro da Casa Civil.

Conforme a coluna da jornalista, a chefe de gabinete respondeu que “somente” tomou conhecimento do episódio pela imprensa, “que tal reunião não foi agendada pela depoente, esclarecendo que a administração da agenda oficial do então vice-presidente era tarefa afeta à depoente”. Diante da resposta, a defesa de Nara, durante o depoimento, sugeriu questionamento complementar sobre se eventos extra agenda oficial era “fato comum naquela época”.

Ela respondeu que, “por características pessoais”, Temer sempre foi “muito receptivo”, desde os tempos em que era parlamentar. “Que esse comportamento acessível era, inclusive, traço marcante de sua atividade política”, contribuindo para a eleição dele à Presidência da Câmara por dois mandatos.

A chefe de gabinete acrescentou ainda que “essa abertura” continuou quando Temer assumiu a vice-presidência da República, “com a prática de receber pessoas sem observar o rigor da agenda oficial”. “Portanto, muitos encontros podem ter sido realizados sem o conhecimento da depoente”.

A PF também questionou Nara sobre relações de negócios e comerciais com João Batista Lima Filho e José Yunes – ex-assessores de Temer, amigos do presidente, que chegaram a ser presos em março. Ela disse desconhecer relações comerciais ou societárias entre eles e Temer.

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