As delações premiadas em andamento devem embasar novas denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB) por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o procurador-geral Rodrigo Janot, as novas denúncias devem ser por suspeita de obstrução de Justiça e organização criminosa.

Atualmente, a PGR negocia as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Janot disse que não pode confirmar as tratativas por conta do sigilo que a lei impõe, mas frisou que para aceitar um acordo de delação, o colaborador terá que entregar gente do andar de cima. “Não adianta ele virar para baixo, não me interessa”, disse.

Questionado se a declaração de Temer na conversa gravada com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, deixou claro que o peemedebista estava avalizando a compra do silêncio de Eduardo Cunha (PMDB, Janot foi enfático: “‘Tem que manter isso’ o que é? Uma compra de carne? É uma feitura de suco? É fazer lanche? Qual era o fato que se discutia? ‘Eu estou segurando a boca de duas pessoas, Cunha e Funaro’. ‘Muito bom, muito bom, tem que manter isso’. Esse diálogo não foi negado pelo presidente, mas ele diz assim: ‘A interpretação que eu faço desse diálogo é outra’. Se a gente não vive o país da carochinha, vamos interpretar o que está dito, gravado”.

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