Juíza é demitida pelo TJ-RS por uso massivo de modelos de decisão e aumento artificial de produtividade Redação 14 de julho de 2025 Destaque, Notícias, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidiu pela demissão da juíza substituta Angélica Chamon Layoun, que atuava na comarca de Cachoeira do Sul. A decisão, publicada no Diário da Justiça em 7 de julho de 2025, foi motivada por irregularidades na condução de processos pela magistrada, que estava em exercício há pouco mais de um ano.De acordo com o processo administrativo disciplinar (PAD), AngélicaLayoun utilizou um mesmo modelo de decisão em aproximadamente dois mil processos cíveis. Além disso, a juíza teria desarquivado ações já julgadas para proferir novas sentenças, com conteúdo idêntico às decisões anteriores. O tribunal aponta que essa prática visava inflar artificialmente os índices de produtividade da magistrada.O TJ-RS considerou que as condutas violaram os princípios da legalidade e da imparcialidade, configurando um desvio funcional grave. O julgamento do PAD foi conduzido pelo Órgão Especial do tribunal, formado por 25 desembargadores. A penalidade aplicada baseou-se no artigo 42 da Lei Orgânica da Magistratura (Loman), que estabelece a demissão como a pena máxima na carreira.AngélicaLayoun tomou posse em 1º de julho de 2022 e foi afastada preventivamente em setembro de 2023. Por ainda estar em estágio probatório, não possuía estabilidade no cargo.A defesa da magistrada, representada pelo advogado Nilson de Oliveira Rodrigues, já recorreu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), solicitando a revisão da penalidade. Segundo o advogado, a decisão foi “desproporcional” e “carente de prova de dolo ou má-fé”. Ele argumenta que AngélicaLayoun atuava em uma unidade com acúmulo de processos e sem juiz titular há anos, e que sua atuação visava reestruturar o funcionamento da vara.