Tragédia Aérea em São Paulo: Piloto Gustavo Medeiros e Empresário Márcio Louzada Carpena Morrem em Acidente

Na manhã de sexta-feira (7), um acidente aéreo na zona oeste de São Paulo resultou na morte do piloto Gustavo Medeiros e do empresário gaúcho Márcio Louzada Carpena. A mãe de Gustavo, Jane Carneiro da Fontoura, acredita que seu filho tomou a decisão mais prática ao tentar pousar a aeronave na avenida Marquês de São Vicente, visando minimizar os danos a todos ao seu redor. “Acho que ele não decepcionou ninguém”, declarou à GloboNews.

Câmeras de segurança revelaram que um semáforo estava fechado e o tráfego era escasso no momento da queda do avião. Embora a aeronave não tenha atingido veículos diretamente durante o impacto, um pedaço dela colidiu com um ônibus, que pegou fogo. Imagens do interior do ônibus mostram o desespero dos passageiros, que precisaram pular a catraca para escapar. Cinco pessoas foram socorridas, mas todas estão fora de perigo.

Após a decolagem, Gustavo fez um pedido de “retorno imediato” à torre de controle, segundo relatos de um piloto que aguardava para decolar no Campo de Marte. “Ele não declarou emergência, apenas solicitou retorno imediato”, contou.

Com mais de 10 anos de experiência como piloto, Gustavo trabalhou na companhia aérea Azul, ocupando funções como copiloto, comandante e instrutor de rota. Os corpos foram liberados pelo Instituto Médico Legal no sábado (9), e os velórios devem ocorrer em Porto Alegre.

O acidente também levou à morte do empresário Márcio Louzada Carpena, proprietário da aeronave. Ele havia compartilhado imagens do avião em seu Instagram minutos antes da tragédia. A queda ocorreu por volta das 7h18, próximo ao condomínio Jardim das Perdizes, após a decolagem do Campo de Marte.

Testemunhas relataram que o piloto tentou pousar a aeronave na avenida. O personal trainer Adriano Molina observou que o avião se arrastou pela pista até colidir com o ônibus e explodir. O motorista do ônibus foi atendido em estado de choque e afastado das funções, enquanto um motociclista e uma idosa também sofreram ferimentos.

A aeronave envolvida no acidente era um King Air com capacidade para até oito passageiros. Fabricada em 1981 e transferida para um novo proprietário em dezembro de 2024, ela não possuía autorização para operação como táxi aéreo, conforme informações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Apesar disso, estava em situação normal quanto à aeronavegabilidade.

De acordo com o perito aeronáutico Daniel Kalazans, a falha mecânica é a causa mais provável da queda. Ele ressaltou que a área em torno do Campo de Marte é complexa para pousos emergenciais e que Gustavo buscou a melhor opção ao tentar realizar um pouso forçado na avenida Marquês de São Vicente.

O trágico incidente levanta questões sobre segurança aérea e as difíceis decisões enfrentadas por pilotos em situações críticas.