Procuradores do Ministério Público Federal que atuaram na Operação Lava Jato atuaram em parceria com o site O Antagonista na divulgação de informações em prol da investigação. A informação consta na nova reportagem do site Intercept Brasil, que integra o episódio da Vaza Jato, com conversas promíscuas entre autoridades. Em meados de 2018, a força-tarefa municiou com documentos o site comandado pelos jornalistas Diogo Mainardi, Mario Sabino e Claudio Dantas para alimentar notícias que evitassem que o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro ocupasse a presidência do banco.

Segundo a reportagem, Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir o BB, uma escolha do ministro da Economia Paulo Guedes – a ele era dado o crédito por ter salvado as contas da Petrobras. A preferência, no entanto, desagradou o ministro Onyx Lorenzoni, atual chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro e amigo próximo de Deltan Dallagnol.

O procurador ordenou que assessores fizessem a busca por documentos contra o ex-presidente da Petrobras e enviou quatro arquivos a Claudio Dantas, do Antagonista, que já fazia campanha para que Monteiro não entrasse no governo Bolsonaro.

As conversas no Telegram, obtidas pelo Intercept, apontam a parceria entre a Lava Jato e o jornalista, assim como Diogo Mainardi e Mario Sabino, também do Antagonista, para prejudicar a imagem de Monteiro. Além de receberem documentos e informações em primeira mão, os repórteres também deixavam que procuradores ditassem a direção editorial do site.

A reportagem do Intercept também cita que Mainardi, dono e editor do site, acatou o pedido de Dallagnol e parou de publicar notícias sobre um escândalo de corrupção que envolvia o escritório de advocacia Mossack Fonseca, suspeito de abrir empresas offshore no Panamá. Mainardi também auxiliou Dallagnol em uma de suas investigações, que seguiu as dicas do comentarista e em seguida informou-o que o caso estava “fora da alçada” da operação.

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