O PSOL protocolou nesta quarta-feira (21) pedido de cassação do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) no Conselho de Ética da Câmara, por ataque com informações falsas à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no Rio de Janeiro na semana passada.

O parlamentar, que é presidente da “bancada da bala”, publicou as ofensas na sexta-feira (16) no Twitter. No post, acusava Marielle de ter sido eleita com a ajuda da facção Comando Vermelho e de ter sido casada com o traficante Marcinho VP.

“Conheçam o novo mito da esquerda, Marielle Franco. Engravidou aos 16 anos, ex esposa do Marcinho VP, usuária de maconha, defensora de facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente 6 funcionários, mas quem a matou, foi a PM”, publicou o deputado. As informações da publicação são falsas.

Na representação por quebra de decoro parlamentar, o PSOL afirma que “a calúnia, em si, já é um crime lamentável”, mas que “quando acontece, todavia, após a morte, é conduta ainda mais reprovável, por ser absolutamente covarde, ao não permitir ao outro aplicar meios de defesa”.

Na segunda-feira (19), Fraga afirmou à Folha não ter checado as informações antes de publicar. Segundo ele, elas haviam sido repassadas por uma “fonte fidedigna”.
“Diante das acusações de que foi a Polícia Militar [que matou Marielle], sem nenhuma prova, eu falei: ‘vou colocar isso aqui'”, afirmou. “Eu realmente não chequei, porque eu já tinha essa pessoa com conhecimento, autoridade pública do Rio de Janeiro.”

O deputado apagou a postagem e a conta na rede social após a repercussão do caso.
Marielle, 38, foi morta na quarta-feira (14) na zona norte do Rio de Janeiro após deixar encontro com mulheres negras. Também morreu seu motorista Anderson Gomes, 39. Uma assessora que se sentava ao seu lado sobreviveu.

Os criminosos fugiram sem roubar nada. A morte da vereadora levou a protestos em diversas cidades do país pedindo o esclarecimento do crime.

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