Na última sexta-feira (11), um forte temporal atingiu a capital paulista e a região metropolitana, resultando em milhões de usuários sem energia elétrica. A concessionária Enel anunciou que será necessário realizar a “substituição de quilômetros de cabos, postes e outros equipamentos” na rede de baixa tensão, a mais afetada pelo incidente.

De acordo com a Enel, os danos na rede de alta tensão foram resolvidos no sábado (12). No entanto, as redes de média e baixa tensão sofreram impactos severos e dispersos, complicando os reparos e prolongando o restabelecimento da energia em algumas áreas. A empresa informou que 17 linhas de alta tensão foram afetadas, levando ao desligamento de 11 subestações.

Em comparação ao grande apagão ocorrido em novembro de 2023, desta vez não houve desligamentos em linhas de alta tensão que impactassem o fornecimento geral. As linhas de alta tensão são responsáveis por atender regiões com maior demanda e sustentam as subestações que distribuem energia.

A resolução do problema da falta de luz tem sido gradual. Apesar dos esforços, a Enel não forneceu um prazo específico para a normalização total do serviço, deixando centenas de milhares de clientes ainda sem energia em suas residências.

Durante a tempestade, rajadas de vento chegaram a atingir 107 km/h, causando danos significativos à rede elétrica. Árvores foram derrubadas sobre os fios, resultando em interrupções no fornecimento em diversos locais da capital e região metropolitana.

Os comerciantes também enfrentaram prejuízos consideráveis. Restaurantes e bares não abriram suas portas no fim de semana, enquanto moradores relataram quedas de árvores sobre veículos e danos às fachadas de prédios.

A Defesa Civil estadual confirmou que as chuvas resultaram na morte de pelo menos sete pessoas no estado: uma na capital devido à queda de uma árvore, três em Bauru por colapso de um muro, uma em Diadema ferida por um galho e duas em Cotia também relacionadas a muros que desabaram.

A situação gerou repercussões políticas. O apagão deu início a uma troca de acusações entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Tanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto Nunes pediram o fim do contrato com a Enel. A Aneel, agência responsável pela fiscalização do setor elétrico sob o governo Lula (PT), indicou que poderá retirar os direitos de concessão da empresa caso as falhas persistam.