O enfrentamento às mudanças climáticas deve ser o ponto central do debate público mundial, guiando as decisões de governos, empresas e cidadãos, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa foi a mensagem principal do seu discurso na abertura da Cúpula de Líderes em Belém, que reúne autoridades de mais de 50 países para discutir ações climáticas antes da COP30.

Lula criticou dois grandes “descompassos” que dificultam o combate à crise ambiental. O primeiro é a desconexão entre os debates diplomáticos e o que as pessoas sentem no dia a dia, como a poluição. O segundo é o cenário geopolítico, onde extremismos, fake news e conflitos armados, como as guerras na Ucrânia e em Gaza, desviam a atenção e os recursos necessários para a urgência climática.

O presidente lembrou que a conferência traz a comissão do clima de volta ao Brasil, país onde nasceu a Rio 92. Ele destacou a importância simbólica de realizar a COP no coração da Amazônia, reforçando que não há símbolo maior da causa ambiental do que a floresta.

Para avançar, Lula defendeu a superação da dependência dos combustíveis fósseis e a necessidade de um mapa claro para reverter o desmatamento amazônico. Ele ressaltou que, apesar das dificuldades, é preciso traçar um caminho firme para essas transições.

Após a abertura, que contou com apresentação cultural, a agenda de Lula inclui reuniões bilaterais importantes com o príncipe William, herdeiro do trono britânico, e com o presidente da França, Emmanuel Macron, para discutir temas como o Fundo de Florestas Tropicais.